sexta-feira, 18 de março de 2016

A Sociedade “Progressista”

A Sociedade “Progressista”

No mundo em que vivemos, quem possui um olhar atento sobre a sociedade notará rapidamente que hoje em dia tudo ao nosso redor é exageradamente “moderno” ou, melhor dizendo, progressista. São pessoas que adoram aquilo tido por “cool”, sendo facilmente seduzidas por novas condutas, hábitos e pensamentos. Tudo aquilo que o establishment midiático denomina como “tendência”.

Muitas dessas pessoas não conseguem perceber que os valores que ergueram a Civilização Ocidental estão, dia após dia, sendo substituídos por novos “valores” e, em poucos anos, eles destruirão tudo o que demorou séculos para ser construído. Todos os dias, podemos observar inúmeras consequências nefastas que surgem dessa inversão de valores. Um bom exemplo é a destruição lenta e gradual da família tradicional (pai, mãe e filhos).

A ideia de família “moderna” vem com o intuito de extiguir valores que foram passados de geração após geração. Podemos notar que a cada dia mais e mais famílias são destruídas por brigas internas, falta de amor, religiosidade, questões financeiras etc. Se valores da moral judaico-cristã não estivessem tão esquecidos, certamente os pais protegeriam seus filhos de todo e qualquer perigo, e os casais supririam suas necessidades de amor, atenção, companheirismo etc.

Nossa sociedade atual desconhece os princípios, a ética e a moral que delinearam toda a trajetória do Ocidente. Renegam a noção do que é ser um ser humano e entender a abissal diferença entre o certo e o errado, tomando decisões conforme a conveniência de paixões cada vez mais mesquinhas. Dessa forma, caminhamos a passos largos para a bestialidade completa, aceitando sorridentemente cada novo “avanço social” por mais abjeto que seja.

Porém, o real objetivo por trás das mudanças bruscas é justamente a deturpação total de nossa cultura, de nosso modo de viver. Infelizmente, os brasileiros ainda não notaram que os fins pretendidos por esse processo maligno são a destruição completa de nosso país.

No entanto, Graças a Deus, nem todos estavam dormindo no ponto. O grande filósofo Mário Ferreira dos Santos, em agosto de 1957, disse: “Nossa época caracteriza-se por uma propaganda desenfreada da ignorância e da má-fé, levada por espíritos obscuros e destructivos, em combater a ética, em combater a moral, no seu genuíno sentido, com o intuito de favorecer aos que desejam destruir todos os laços mais profundos, que unem os sêres humanos, tornando-os, afinal, apenas utensílios de uma grande máquina social, representada pelo Estado político, utilizando para produzir em benefício de alguns, que são os eternos beneficiários do poder”.

Em suma, caros leitores, é extremamente importante nos dias atuais agirmos com a prudência conservadora de Russel Kirk1 em nossas vidas, com a ética e a moral cristã como normas de conduta pessoal aliadas, é claro, a uma fé sincera. E, como bem disse o poeta romano Juvenal: “Mens sana in corpore sano”.

Bibliografia:

1. KIRK, Russell. A Política da Prudência.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Os Deuses Malditos: Luchino Visconti e a Promiscuidade no Totalitarismo

Os Deuses Malditos: Luchino Visconti e a Promiscuidade no Totalitarismo

Decadência familiar, violência, maquiavelismo, disputa por poder e crimes, é assim que começa o grandioso e brilhante filme do cineasta italiano Luchino Visconti (1906-1976) “La Caduta Degli Dei” (em alemão “Gotterdamerung”, e com dois títulos em português, “Quando Caem os Deuses” e “Os Deuses Malditos”), lançado em outubro de 1969. 

No ano de 1934, Visconti estava na Alemanha, e ali se deparou com a decadência moral e espiritual da República de Weimar, já comandada por Adolf Hitler. A podridão exalada pela sociedade alemã deu “asas” à imaginação do cineasta que, a partir disso, produziu sua obra prima. Só uma sociedade à beira da falência moral, familiar e religiosa, poderia originar o filme, que possui um espetacular fundo histórico em que flagra o estrito e promíscuo relacionamento entre a aristocracia alemã e o Partido Nacional-Socialista. 

O “boi de piranha” seria o cansado Barão Joachim Von Essenbeck, que representa a figura de um grande magnata da indústria siderúrgica alemã. No jantar de seu aniversário, o velho Barão aproveita a reunião da família para fazer o anúncio que marcaria o princípio do fim (com a vênia paradoxal) dos Von Essenbeck: sua indústria siderúrgica pactuaria com os nazistas. 

As palavras de Essenbeck desencadeiam uma imensa dissensão familiar. Logo em seguida, o barão é brutalmente assassinado, e aquele que se opôs frontalmente à sua decisão é rapidamente acusado de ser o assassino. Com o desenrolar do filme, a convivência estreita entre os membros aristocratas da família Von Essenbeck e a ascensão de Adolf Hitler é mostrada, de modo a exigir do espectador uma extrema atenção para os detalhes. Um exemplo desses detalhes é que a mobília da mansão dele passa gradualmente conviver com os diversos estandartes e insígnias do partido nazista.

Do inicio do filme até seu desfecho final, podemos ver com grande nitidez como os aristocratas da Alemanha, que nesse caso são os Von Essenbeck, ajudaram e fomentaram o mal que, em poucos anos, iria estrangulá-los lentamente até sua própria morte (e, ademais, o partido acaba também ficando com os bens pertencentes à família1).

Atualmente no Brasil, vemos casos semelhantes ao da família Von Essenbeck: acham que fazer parceria com o governo irá salvá-los da fúria estatal e torná-los cada vez mais ricos¹. Mas pobre e ingênuo é aquele que pensa assim, pois Lenin já explicitou tudo o que o movimento revolucionário acha sobre a burguesia numa frase sua, célebre e sintética: “Vou comprar da burguesia a corda para enforcá-la”2. Com relação a isso, basta observar o andamento do processo e as prisões na fatídica Operação “Lava-Jato” no Brasil, na qual grandes empresários que sustentam o governo estão sendo presos ou perdendo bens.

São através desses diversos exemplos tenebrosos ao longo da história que percebemos, desde o ano de 17893, o fenômeno de muitas pessoas depositarem suas crenças cegas em movimentos ditos “libertadores”, bem como em líderes “salvadores” e messiânicos. Porém, a verdade nua e crua é que muitos desses movimentos (em especial o nazismo e o socialismo/comunismo) foram fortemente financiados por vários banqueiros de Wall Street4. Tanto isso é fato que Hitler e Stálin montaram imensos parques industriais financiados por rios de dinheiro despejados por esses banqueiros.

Em resumo, caros leitores, Luchino Visconti foi profético ao mostrar como funciona esse sistema promíscuo, no qual burgueses, moralmente putrefatos, ajudam o futuro algoz. Basta agora esperar que nas próximas gerações isso não mais ocorra, pois o saldo dessa brincadeira demoníaca foi à perda de “alguns” milhões de vidas que, no século XX, mancharam imensuravelmente a história humana num banho sanguinário e de carnificina. 

Bibliografia:

1. VOSLENSKY; Michael Sergeyevich. A Nomenklatura.
2. Vladimir Illitch Lenin.
3. BURKE; Edmund. Refleções Sobre a Revolução na França.
4. SUTTON; Antony.Wall Street e a Revolução Bolchevique.
        Wall Street e a Ascensão de Hitler.


terça-feira, 15 de março de 2016

A Educação Atual

A Educação Atual 

Hoje em dia vivemos no “reino” da deseducação. Ou seja, da falta de uma boa e correta educação para os estudantes brasileiros, que são carentes de uma legítima educação e instrução para sua vida, não tendo hoje em dia um estudo sobre os grandes intelectuais e literatos. Uma completa falta de conhecimento do passado glorioso de nosso país.

Se formos investigar sua definição, educação vem da palavra latina Educare, que é uma derivação de Ex, que seu significado é “fora” ou “exterior” e a palavra Ducare, que tem o significado de “guiar”, “instruir”, e “conduzir”. Ou seja, em latim, educação tinha o significado literal de “guiar para fora”, e sua compreensão pode ser conduzida tanto para o mundo exterior quanto para fora de si mesmo.

O filósofo Armindo Moreira, em seu belíssimo livro Professor não é Educador, deixa claro que educação deve ser obrigação dos pais, e não um dever dos professores. Muitos pais acham que é, e infelizmente encontramos até professores que acreditam nisso.

Vejamos bem. Um estudante, até os 15 anos de idade, terá tido, no mínimo, uns 20 professores. Entre eles, será natural que muitos sejam religiosos, ateus, fanáticos, moderados, indiferentes, competentes, incompetentes, castos, desregrados etc. Há possibilidade de um estudante ser educado por uma turma tão contrastante e contraditória em hábitos e convicções? É claro que não.

É evidente que esses professores, mesmo se pedir, não irão conseguir esconder essas qualidades e imperfeições dos estudantes. Não há como educar vários estudantes com um comportamento hipócrita durante anos e até uma vida inteira. Haveria como um professor ateu comportar-se durante as aulas como um religioso? Poderia um professor fanático comportar-se durante as aulas como um moderado?

Se esses professores todos quiserem influir na educação e formação moral e cívica dos estudantes terão de fazer com suas virtudes e defeitos, criando um tremendo caos na sala de aula. Eis aqui um grande motivo para que os professores não se tornem educadores dos filhos alheios.

Educação, caros leitores, é obrigação e missão restrita dos próprios pais. A educação precisa ser dada por quem conhece o educando, por quem realmente o ama!

quinta-feira, 10 de março de 2016

José da Silva Lisboa

José da Silva Lisboa

Salvador no ano de 1756.
No dia 16 de julho do ano de 1756, nascia, em Salvador, José da Silva Lisboa, um homem que iria mudar a história de nosso país, e que viria a tornar-se, no ano de 1826, o Visconde de Cairu. Considerado o pai do conservadorismo brasileiro, Lisboa não seria um simples cidadão brasileiro ou intelectual, mas um gênio e estadista admirável, ao ponto de nunca mais ser esquecido ou perdido nas brumas da história brasileira. 

José Da Silva Lisboa
José da Silva Lisboa viveu seus 18 anos iniciais em Salvador, que naquela época era chamada de Capitania da Bahia. Era filho de um arquiteto português chamado Henrique da Silva Lisboa, e a sua mãe  chamava-se Helena Nunes de Jesus. Lisboa, que apreciava muito o hábito de estudar, passou seus oito anos iniciais em um preparatório da Bahia estudando filosofia, música e piano.  Já no ano de 1774, Lisboa foi estudar na Universidade de Coimbra, pois infelizmente o governo português não permitia a existência de universidades na colônia, de modo que os acadêmicos eram obrigados a realizarem seus estudos  em Portugal.  Ele se formou em cursos jurídicos e filosóficos no ano de 1779,  mas, como bem disse, Lisboa amava os estudos, e por isso foi nomeado substituto das cadeiras de grego e de hebraico do Colégio das Artes de Coimbra. 

Quando retornou de Portugal, foi nomeado professor de Filosofia Nacional e Moral na cidade de Salvador cuja cadeira regeu por 20 anos, bem como o curso de língua grega, que ali ele o criou, por cinco anos. Com seus inúmeros méritos, e pelo destaque que recebeu na capital baiana, acabou sendo nomeado deputado da Mesa de Inspeção da Agricultura e Comércio da Bahia, e mais tarde veio a tornar-se responsável pela boa aplicação das políticas econômicas de Portugal na colônia da Bahia. 

A Família Real portuguesa chega ao Brasil.
Relembrando um pouco o contexto histórico da Europa em 1808, ela estava tomada por inúmeras guerras, mortes e destruição de reinos pelo temido e famigerado Napoleão Bonaparte. Com o anúncio, em Portugal, de que as tropas napoleônicas estavam chegando para derrubar o Reino de D. João VI, ele decide juntar todos os seus pertences e rumar para o Brasil, que naquela época era uma simples colônia. Essa odisseia teve início no dia 29 de novembro do ano anterior e só iria terminar em 22 de janeiro de 1808, na costa da Bahia. 

Como Lisboa era deputado, ele teve que participar da grande solenidade de desembarque da comitiva real, que só aconteceu no dia 24, às cinco horas da tarde. E foi nesse dia que Lisboa entrou para a história  como sendo o grande influenciador de um dos primeiros e monumentais feitos, que foi a elaboração da carta-régia de 28 de janeiro, a qual iria abrir os portos às nações amigas. 

Com os ventos de mudança trazidos pela corte lusitana ao Brasil, que naquele momento já era considerado um Império, cria-se na capital do Brasil, Rio de Janeiro na época, aulas de economia política com o intuito de formar novos funcionários extremamente hábeis paras as inúmeras atividades comerciais e mercantis, visto que o Brasil já não era mais uma colônia esquecida. Como Lisboa mostrou um trabalho formidável na elaboração da carta-régia, e por ser uma figura de destaque na corte,  ele foi indicado para ser o professor dessas aulas,  considerando sua inteligência salomônica e seu grande conhecimento político da época.

Câmara dos Deputados.
A notoriedade de Lisboa não parou por aí, e sua filosofia de vida era ter prudência na incansável busca pelo ideal do “justo meio entre os excessos”, como costumava proferir. Como Lisboa estava à par dos assuntos temáticos dos grandes intelectuais de sua época, ele sabia muito bem que o Anarquismo Social poderia arruinar fatalmente o Brasil. Por saber dessas e outras coisas, ele lutou para a manutenção da unidade do Império brasileiro, e nunca cessou de combater os inúmeros deputados liberais, condenando-os de “demagogos”, principalmente aqueles liberais que tinham simpatia das ideias republicanas e que apreciavam o 1789.

Silva Lisboa foi um deputado de destaque do Partido Restaurador ou Caramuru, como também era chamado. Defendendo sempre o legalismo, a centralização do poder na capital fluminense, e o retorno do imperador D. Pedro I, Lisboa não ficou somente defendendo o que achava certo na Câmara dos Deputados, mas exerceu intensa atividade jornalística, que o levou a publicar sua principal obra, intitulada História dos Principais Sucessos Políticos do Império do Brasil (1825-1829). 

Já no ano de 1825, foi agraciado com o título de Barão de Cairu, e, no ano de 1826, com o de Visconde de Cairu. Ao longo dos seus 79 anos, Lisboa escreveu inúmeras obras inéditas, brilhantes, instigantes, e claro, todas inesquecíveis. Suas obras são: Princípios de Direito Mercantil (1798), primeira obra no Brasil que trata sobre economia política e na qual fez uma defesa aberta do liberalismo econômico; Princípios de economia política (1804), que Lisboa abre uma intensa defesa ao livre comércio e uma crítica virulenta aos monopólios; Observações Sobre a Franqueza da Indústria e Estabelecimento de Fábricas no Brasil (1810); Extratos das Obras Políticas e Econômicas de Edmund Burke, a primeiro autor no Brasil a difundir e comentar o pensamento do pai fundador do conservadorismo. E, por fim, em 1826 Lisboa escreve: História dos Principais Sucessos Políticos do Império do Brasil, obra  encomendada pelo próprio D. Pedro I.

Infelizmente, como tudo na vida tem um tempo, José da Silva Lisboa faleceu no dia 20 de agosto de 1835 no Rio de Janeiro. Porém, é importante frisar,  ele faleceu apenas fisicamente, pois suas ideias, feitos, lutas e obras, bem como seu exemplo de coragem e humildade estão mais vivos do que nunca. 

quarta-feira, 9 de março de 2016

A Importância do Estudo da História

A Importância do Estudo da História

A história é a ciência humana que possui como objeto de estudo: — o homem no tempo. Como toda disciplina científica, ela também possui um método de estudo — historiologia. A historiologia é o estudo das estruturas, leis, documentos. […] Enquanto que a historiografia é o estudo da história em si mesma, ou seja: o registro escrito da história humana, na qual possui um valor muitíssimo importante, apesar da [possibilidade dos autores – historiadores – distorcerem os fatos] por questões ideológicas ou particularidades de valor subjetivo.

O valor histórico, historiológico e historiográfico é imensuravelmente importante para as civilizações, pois trata-se do estudo do passado humano e civilizacional. Conhecer a história é algo de suma importância, como dissera Edmund Burke: “Aqueles que não conhecem a história estão fadados a repeti-la.”1 A história possui características específicas que com o seu estudo, nos permite saber aspectos das civilizações humanas que nos ajudam a compreender situações do presente e até especular o que acontecerá em um futuro próximo — logicamente que um historiador não faz especulações do futuro, ele apenas investiga, apresenta, discorre e explica o passado (seja remoto ou recente).

Não fosse o estudo histórico, provavelmente, não teríamos a quantidade de informações sobre o passado que temos hoje; conhecimento informativo que nos ajudam a compreender as relações humanas ao longo dos anos, décadas, séculos e milênios. Ter o saber histórico e historiográfico permite encontrarmos elementos compreensivos que nos ajudam em diversos aspectos da vida.

É de saber geral, que os tempos mudam e que essas mudanças podem interferir (e interferem) nas relações sociais. Um bom exemplo disso, são as mudanças abruptas na história das civilizações por conta de revoluções, a exemplo: revolução francesa, chinesa, russa, cubana, norte-coreana. […] Essas revoluções trouxeram consigo: diversas mudanças – benéficas e maléficas – nas estruturas sociais. Além disso, tivemos outros deslocamentos históricos que são fontes de estudos importantíssimas para nós; um dos principais é a passagem da idade média para a idade moderna.

Bibliografia:

1. BURKE, Edmund.  Irish, Social and Political Philosophy.

terça-feira, 8 de março de 2016

A Mão Pesada do Estado

                    A Mão Pesada do Estado

Dia após dia, o cidadão brasileiro, cansado de tanto sofrer com a mão pesada do Estado, observa com olhos tristes e lacrimosos que o estamento burocrático só aumenta no país. Um crescimento descontrolado e avassalador, o qual ninguém mais consegue parar, seja algum representante da classe política, intelectual, empresarial, etc.

O estamento burocrático está matando a vida de seu pobre povo, que, já cambaleante e ajoelhado perante seu algoz, implora por liberdade. No livro “Os Donos do Poder1”, do jurista e sociólogo Raymundo Faoro, podemos observar claramente que o surgimento lento e gradual desse monstro estatal foi ganhando força e tamanho ao longo dos séculos. Ademais com o início do sistema republicano, o processo ganhou uma velocidade descomunal. 

Desde 18892, o Estado é comandado por pequenos grupos que visam a seus interesses particulares e, na maioria das vezes, buscam: a) o comando militar total; b) o lento e gradual controle da população brasileira; c) o controle da economia do país, a ponto de que todo o empresariado acabe fazendo parte do esquema imposto pelo Estamento; d) o controle político, e principalmente dos partidos, para desse modo blindar o pequeno grupo que controla o Estado; e e) o controle da cultura,  que é restringida em termos de conteúdo, apenas àquilo que o grupo que domina o Estado aprecia, e que envolve a deterioração da alta cultura em favor da promoção da baixa cultura (funk, etc.),  chegando até aos absurdos da doutrinação ideológica.

Sobre o último aspecto, o processo de destruição da cultura e da alta cultura deu-se de forma muito sucinta – um dos grandes objetivos do estamento burocrático é destruir a cultura para, dessa forma, “matar a alma do povo”.

De 1889 até o presente momento, muitas ideias maléficas tomaram de assalto nosso país, vide o positivismo, que deu asas aos militares a fim de derrubar a Monarquia e acabar com ela (que vinha construindo um país sério e à frente de seu tempo).

Décadas depois, surge o sistema dos coronéis3, o qual instaurou no interior do Brasil o controle total da zona rural por um seleto grupo oligárquico, além de aniquilar as liberdades do povo, dentre as quais, a de votar no candidato que ele (povo) quisesse.

Mais tarde o suprassumo do caudilhismo toma o país. Getúlio Vargas4 , com seu populismo, carisma, arrogância e brutalidade, subjugou o Brasil por 15 longos anos de ditadura, deixando na história brasileira a herança maldita do “Getulismo”, que, infelizmente, ainda pode ser observado em nosso país. Um exemplo notório é a família Sarney5,  mistura promíscua de populismo e coronelismo que comanda o Estado do Maranhão há 48 anos.

Em suma, meus caros leitores, termino este texto com a frase profética de Raymundo Faoro: “O governo, para o povo, não é o protetor, o defensor, a guarda vigilante de sua vontade e de seus interesses: mas o explorador, o algoz, o perseguidor. Um comando político ativo e violento submete uma sociedade passiva e atemorizada, vendo no poder a insondável máquina de opressão, incapaz de provocar a confiança”.

Bibliografia:

1. FAORO, Raymundo. Os Donos do Poder.
2. GOMES, Laurentino. 1889 – Como um Imperador Cansado, um Marechal Vaidoso e um Professor Injustiçado Contribuíram para o Fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil.
3. LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, Enxada e Voto.
4. NETO, Lira. Getúlio: 1930-1945 – Do Governo Provisório à Ditadura Do Estado Novo.
5. ECHEVERRIA, Regina. Sarney: a Biografia.