sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Uma Civilização Esquecida

   As coisas permanentes, ou melhor dizendo, os clássicos da civilização ocidental, são fontes de eternas e inesgotáveis verdades

Todo mundo pode errar durante o espetáculo da vida, mas a partir das inúmeras burrices subumanas que floresceram nos últimos tempos, fez-se surgir, ou melhor dizendo, fez-se regredir conceitos básicos do homem ocidental, conceitos elementares para uma boa e sã Vida. O certo virou errado e o errado virou certo, uma bagunça tomou as mentes e as mentes viraram uma bagunça. Os idólatras da modernidade, com seus discursos histéricos e criminosos, criaram lentamente um debate no qual você não pode mais apresentar conceitos sérios, simples e permanentes. Se ao menos tentar sair do cânone da esquerda, ou melhor dizendo, do cânone hipermodernista, imediatamente você começa a ser vítima de uma mordaça e de um vil ataque não só em relação às suas falas e opiniões, mas a você e a sua integridade humana. O Trump está aí para provar o que eu digo. Se não podem derrubar o certo, derrubam você com o clássico modus operandis do assassinato de reputação. 

Com isso, é preciso fazer uma breve e franca definição do que são os clássicos, e tentar sair desse pântano mental e discursivo, e assim, rumar às estradas romanas em busca de Roma. No idioma Latino, classicus possui o significado de pertencer à primeira classe, que é de primeira ordem, de elite. Ou seja, tudo que é primoroso e elevado.  Já na literatura ocidental, é tudo aquilo que possui uma relativa tradição ou que seguem as opções estéticas da Antiguidade Clássica, ou seja: greco-romana. Inúmeros autores não só seguiram essa classe elitista, mas a copiaram ad infinitum. E foi graças a essas cópias e buscas pela primeira ordem, que floresceram as coisas permanentes, elevadas e sublimes no mundo ocidental. O que seria de nosso mundo sem um Platão, um Aristóteles, um Cícero, entre inúmeros outros nomes de relevante valor?  

A exuberante beleza da literatura greco-latina está na sua forma austera, na sua opulência, nas sublimes descrições, sejam em diálogos onde permeia uma intensa e monumental guerra, como na Ilíada, ou na calma de Ulisses com a temível Circe, na Odisseia. Destas formas magistrais e imponentes, a literatura clássica galgou largos passos rumo ao ápice da erudição, do purismo e do apurado estilo ocidental, chegando ao cume do Olimpo da escrita universal. 

A literatura clássica é um grande farol que ilumina as noites mais escuras dos navegantes. Buscar implacavelmente essa luz divina é o dever do franco homem ocidental. Pois ali, permeiam as coisas permanentes da vida ocidental, morte, dor, alegria e vitória são conquistadas com um tofel homérico, com muitos louvores e flores de louro.  

Contudo, nossa literatura clássica está intrinsecamente arraigada ao habitual, no que é costumeiro e usual, em outas palavras, no dia a dia. Os grandes autores preocupavam-se em mostrar em suas épicas obras, tudo aquilo que é comum durante o cotidiano das pessoas simples, ou seja, o que está presente na realidade, na materialidade da existência (como diriam os materialistas, os quais acusam essa literatura de utópica e idealista, sem perceberem, nas suas mentalidades revolucionárias, que eles próprios o são). Um grandioso romance desse estilo é: O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas. 

Muito além disso, eles tinham um profundo esmero pela língua e pelo que é tradicional, sabiam muito bem distinguir o que era permanente do que não era permanente e supérfluo na sociedade. É por isso que em todas as frases há uma elevação narrativa, que ao ler-se atentamente, pode-se ver as mais fabulosas descrições. Descrições tão belas, que até as estátuas passam a ter alma. Belas descrições como está: “Contentai-vos em conhecer as obras de Deus; pois, se os homens tivessem podido conhecer todas as coisas, teria sido inútil o parto de Maria; e os vistes desejar, sem resultado, conhecer a causa das coisas, tanto que a insatisfação de seu desejo constitui, eternamente, a sua pena.”1 Literatos grandiosos, os quais conseguiam desvendar e encontrar no mais íntimo de suas subjetividades humanas e individuais aspectos criativos a fim de  solucionarem e mudarem determinados problemas nos quais se encontravam imersos historicamente., Destas formas, desvendavam mundos nunca dantes navegados. 

"Nosso dever é antes encontrar a conexão entre fé e razão em uma sociedade em que não se sabe o que é a fé1", assim explicava o filósofo Richard M. Weaver. Muito mais do que só ler os clássicos, é de essencial valor para se formar um indivíduo sério, pois ler dará uma gama monstruosa e muito rica de diversas personalidades e de como lidar com essa diversidade. E como já dizia o grande escritor alemão Hugo von Hofmannsthal: "Nada está na realidade política de um país se não estiver primeiro na sua literatura". Desta forma, os brasileiros, atualmente, em sua vastíssima maioria, dão pouca ou nenhuma importância à leitura de obras como: Ilíada, Odisseia, Crime & Castigo, O Conde de Monte Cristo, etc. E obras brasileiras, fundamentais, como: Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas e tantas outras não menos essenciais. Esvaíram-se os clássicos ocidentais e o torpe, abjeto e subumano elevou-se a todos os cantos do mundo. 

O homem sério de hoje nada mais é do que um peregrino numa terra pagã. Sentado no banco do barco do Caronte, ele só pode ver desgraça, aflição e gritos, mas sem sons, desgraça sem dor, sem agonia e sem sangue. É ver a aflição mais pura e não poder fechar os olhos, é ver bocas se rasgando em gritos e não escutar nenhum som. A era da hipermodernidade é uma era de pura negação do óbvio, é culto ao absurdo, ao nonsense e ao ilógico. As grandes e sinceras narrativas não são mais negadas com escritas ou com diálogos elevados, mas são negadas com histeria. É colocar as mãos nos ouvidos, fechar os olhos e gritar ao máximo possível. Como já dizia o G. K. Chesterton: “Chegará o dia em que teremos que provar ao mundo que a grama é verde”. A alta literatura ainda está aí, os leitores vorazes ainda estão aí, mas há algo que não está mais aí: a crença no culto está miseravelmente enfraquecida, deixando assim a cultura decaída como um moribundo na sarjeta. Resta-nos somente a lembrança de tempos gloriosos...

Aos acordados de plantão, notam que relembrar o passado é cada vez mais complicado que lembrar o que se comeu ontem, e isso é um desafio hercúleo. A perda da noção de tempo é um sinal claro de que somos uma sociedade devastada, atordoada e açoitada. Se não temos memória, não temos tradição, muito menos noção do que já foi outrora nosso mundo, antigo reino de glória e de valores altos. Somos  uma civilização solta num mar infinito, e que rema incansavelmente atrás de uma terra firme, mas já sem saber se existe uma terra firme. A verdade suprema foi transformada e relativizada pelos teóricos progressistas ao longo dos anos.  É um povo que deseja algo simples, mas desconhece o simples e o verdadeiro. “A sociedade almeja por uma liderança honesta e capaz; se as diferenças naturais e institucionais entre as pessoas forem destruídas, em breve algum tirano ou alguma sórdida oligarquia criarão novas formas de desigualdade2.”

Resumindo a trama, a restauração da sanidade só será possível se o culto à alta cultura for restaurado. Buscar o certo ao duvidoso, arrancar de si a secularização que permeia sua vida e mente, e por nesse lugar o amor Divino. Esquecer-se de crer e lutar sem temer a hipermodernidade que desintegrou e separou a nossa sociedade, que nos ofereceu uma servidão e ilusão que ataca a nós e a nossa religião, e que empreendem um ultra esforço para apagar de vez nossa literatura, nosso idioma, nossa religião e principalmente, o resultado de tudo, que somos nós. 

No final disso, depois que sacrificamos nossas vidas e nossas energias, deixamos de ser iguais aos outros homens, ou melhor dizendo, os outros homens deixam de ser nossos iguais, e qualquer um que tomou essa resolução sente, na mesma hora, suas forças decuplicadas e seu horizonte se ampliar.

Bibliografia:

1. As Ideias Tem Consequência, de Richard M. Weaver.
2. Os Dez Princípios Conservadores, de Russell Kirk.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Estúpida Juventude

Estúpida Juventude

Descrédito total e menor fé nessa birrenta e boboca juventude massa, que assalta as vias e prédios públicos e até privados pelo país. Estúpida mocidade sem, ao menos, idade para discernir o certo do errado. Estúpida juventude que solta rojão na cabeça de cinegrafista, que destrói na pura maldade a câmera de um cidadão, que depreda, picha, toca fogo e se perde nos engodos proclamados pelos débeis "intelectuais" travestidos de paladinos da moral e da verdade nacional.

Pobre mocidade, perdida nas odisseias vermelhas... Sem a mínima noção e sem reação alguma. Se essa mocidade quixotesca, que vaga sem rumo pelas ruas, representa o jovem que é esperto, atento e engajado na política nacional, eu prefiro estar longe, muito longe dessa juventude toda. Prefiro ser idiotizado, abobalhado e até manipulado, do que sair como bárbaro gritando chavões e depredando meio mundo, sanha de se  buscar o nada, estúpido e quimérico.

Sou e serei sempre oposição aos raivosos sem causa e sem noção. Serei um muro de contenção aos invasores cegos e bufantes que só querem tocar fogo e rir da desgraça alheia. Usarei e até abusarei de meios para emperrar seus avanços rumo à destruição do país. 

Como bem disse Paulo Francis certa feita: "(...) existe no jovem um impulso à tirania emocional (que Freud nos ensinou ser de fundo sexual) que precisa ser resistido com toda a força. É difícil, é fatalmente doloroso, pois todos nós descobrimos cedo ou tarde que somos muito menos do que desejamos e que nossas causas são tão falíveis como a nossa humanidade que as criou. Era bom crer. Era a aurora da minha vida. Mas isso de fazer manha quando a realidade e os nossos valores se provam frágeis, não querendo reconhecer que talvez tenha sido um lamentável equívoco da nossa parte, é atrofia da alma, é a condenação à eterna infância do subdesenvolvimento.1”. 

Equivocados e alienados com um logotipo lindo e chamativo, essa é a juventude vermelha brasileira. Ela “busca” uma terra encantada para chamar de sua. São jovens que buscam dia e noite, e que perseveram no erro e na loucura de cada dia. Quando são indagados sobre seus erros, não medem esforços em usar a força e a violência, vão logo mostrando suas "valentias" e as bonitas "defesas" das suas ações e ideias. Eis a juventude esquerdista aborrecida. 

Uma massa mascarada e rebelada, que sempre foi mimada e muito infantilizada, que está cada vez mais e mais sedenta por direitos, bolsas e privilégios, e possui uma total negligência quanto à realidade e a responsabilidade. Não há limites e barreiras para essa manada de raivosos; mendigos por um tostão a mais no bolso e um direito a mais. São escravos da eterna infância. Geração de “supervisados” e supersensíveis, como diz Pondé2. Se nossa nação evoluir (moralmente, eticamente, etc.), num futuro mais adiante, nos envergonharia já termos, no seio do país, uma juventude tão besta, manipulada, massa de manobra, e que apesar de tudo se acha forjada de pensamento “crítico” e “social”. 

Bibliografia:

1. Diário da Corte, de Paulo Francis.
2. A Era do Ressentimento, de Luiz Felipe Pondé.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Hecatombe Mental

 Hecatombe Mental
   
Alastrou-se sem rumo e sem lei a insanidade, não só no Brasil, mas em todos os cantos do mundo, em cada país, cidade, vila, aldeia, etc., a vil política falaciosa e criminosa, uma indústria de historietas; políticos servos do regime, encastelados em seus suntuosos ternos e em suas cidades planejadas à avião, mas sem a mínima noção, aliás a noção mental inexiste nesses “homens” ocos, inexiste o real, a verdade e a seriedade. Aos atentos espectadores desse funesto e delirante espetáculo “macunaímico” (do personagem Macunaíma, “o herói sem carácter” do escritor Mário de Andrade), notam que a política e seus escravos transformaram-se em vitrolas quebradas de puro engodo, idólatras de ideologias assassinas (vide: socialismo/comunismo (Livro Negro do Comunismo)) e até de seitas satanistas, acabaram virando rotina nesse mundo distorcido e retorcido. 

De engodos atrás de engodos, acabou-se forjando a crença infundada de que as ideias políticas devem ser uma constante busca pelo reino encantado, onde nada, absolutamente nada de errado ou chato habitará ali. Eis que surge então, um pseudomessianismo, e dessa forma, uma expedição foi instaurada rumo ao impossível. O paraíso, seja lá como ou onde fica, iremos buscar, custe o que custar, e por quais meios que devemos utilizar. Lá iremos gritando e com vendas.

Numa análise mais arqueológica e profunda, nota-se que essa crença popular foi criada lá no remoto século XVIII, mais precisamente na Revolução Francesa1, tendo uma considerável participação do Iluminismo2. Desde lá até cá, as pseudocrenças e vis ideias coloridas e rebuscadas são criadas e repetidas ad infinitum pelos quatro cantos do mundo ocidental. Berradas e repetidas, e mais repetidas, acabaram surgindo como abomináveis e terríveis criaturas, que ganharam corpos deformados, assim como Frankenstein, esse monstro mental e físico, formado através dum mantra dos paladinos do mundo lindo e fofo, virou num cemitério de ideias e de pessoas, e o pior que isso, (e isso não bastando) ninguém (mas ninguém!) nota quem já morreu e quem ainda está moribundo devido a essas consequências dignas do filme mais monstruoso já encenado nos palcos da terra. E assim, infelizmente agitou-se os dogmas políticos onde antes residiam os virtuosos dogmas religiosos, que eram o norte das sociedades mundiais. Antes, havia uma relativa ordem, agora, eis a pura desordem social. 

Todavia, percebemos que quando as relações humanas mais amorosas e sadias      neste caso, poderemos nos valer de vários e até de inúmeros exemplos      não têm nenhuma preocupação finalística. Só havendo, desta forma, uma real prosperidade e bonança moral e material, quando não há um contrato, não há segundas intenções. Mas, quando nós, homens, nos apaixonamos por alguma mulher, não buscaremos o casamento e seus contratos e ritos, com algum objetivo escuso, o matrimônio é o fim de uma longa e solitária etapa e o início de uma linda e vasta jornada, só que agora, há união e carinho. Em suma, há muita e desconhecida vida após o casamento, há desta forma uma continuidade dos planos e da vida conjugal no matrimônio.

Dessa forma, devemos ver a sociedade, antes de mais nada, como constante meio para se viver e conviver harmoniosamente, um grande espaço onde o compartilhamento, união e confiança seja a norma e base desse lar. Ou seja, a existência de uma sociedade sadia, normal e civilizada, só é possível graças a uma duradora confiança. Pois a confiança no semelhante é a base das sociedades ocidentais3. Se, por ventura, a confiança deixar de existir ou de abundar pelas ruas, casas e instituições, e contrariamente, se a desconfiança surgir e crescer, a sociedade se transformará num reino de caos e barbárie, uma anarquia pura, e conflitos sérios irão pipocar pelos quatro cantos do país sem o menor controle dessas desgraças. 

Os instintos mais funestos e horrendos do homem virão à tona, virando uma rotina nas sociedades. Constituição e leis serão esquecidos por todos, inclusive pelos agentes da lei. É por isso que digo, os relacionamentos humanos, pode ser eles amorosos ou amigáveis, só obterão prosperidade quando não se apoiam num contrato, ou seja, sem uma objetivação do relacionamento.

Devemos conviver e nos relacionar sem medo de sermos punidos, pois um relacionamento de franca amizade só perdura quando a manutenção da camaradagem entre as duas partes não está escrita, muito menos prescrita numa lei, com um ou mais propósitos outros que não seja a própria existência da amizade. Namoro, casamento, família, etc., só se mantêm com sólidas e cristãs verdades, com um profundo amor e com uma sólida e inabalável confiança. É assim que deveríamos ver a sociedade ocidental.

Toda sociedade, antes de mais nada, é um constante meio de vivência para todos os indivíduos, um imenso espaço onde o compartilhamento de relacionamentos deve-se ser da maneira mais natural possível. Mesmo que as leis, contratos e até a Constituição, de fato existam, jamais deveriam ser elas os “principais” objetivos de nossos relacionamentos sociais, só por reflexo e necessidade temporal, ponto. Não se ajuda a mudança do seu vizinho, por que há um tratado jurídico, nem se estabelece leis ou cláusulas para ajudar uma pessoa que caiu na rua. Todos esses relacionamentos só são feitos por pura e simples camaradagem cristã, sem segundas ou terceiras intenções, ou seja, o que prevalece sempre é o ato cristão. Só um meio sem objetivação final que não seja o próprio, livre e puro agir em si mesmo.

Infelizmente, é uma grande lástima, mas a real e única essência social, ao longo dos séculos, foi perdendo suas características reais e básicas. Hoje, em dias nos quais cada vez mais há desfiles de mísseis nucleares e tecnologias insanas, muitas pessoas perderam ou desconheceram a sagrada noção de que não fui eu quem criei o mundo, mas quando eu aqui cheguei ele já estava estruturado, estruturado graças à religião e ao cristianismo. Já para os radicais modernistas e progressistas, devemos mudar a sociedade à nossa imagem e semelhança, e outros, mais radicais ainda, proclamam que já devemos transformar e revolucionar não só a sociedade, mas todo o mundo, todos os povos e todas as culturas. (Globalistas promotores de uma Nova Ordem Mundial)

A ideia de que, bem ou mal, a sociedade já estava aí e a mim cabe integrar-me a ela e melhorá-la com minhas habilidades e capacidades, inexiste hoje em dia, oculta-se das pessoas. Desconhecem ou fingem esquecer essas coisas simples, mas sólidas, pois a real essência do indivíduo é primeiro mudar-se, depois sua família aos poucos e, no mais tardar, seus amigos, e assim por diante. Só aí já são mais de 50 anos de vida. Quem pensa ou lembra disso hoje em dia? Aliás, alguém chega a pensar nisso hoje em dia?

Ninguém tem o direito de ser engenheiro social revolucionário, aquele que vai ditar as regras, que vai impor manifestos sobre temas que todos devem consentir e seguir fielmente. “As massas são conservadoras, não somente em virtude do número (é mais fácil convencer de uma novidade a um pequeno grupo do que a todo o mundo) mas pelo fato de que as pessoas pobres são mais tímidas e respeitam mais a autoridade. São os grupos de elite que fazem as revoluções      o povo é conservador.4” É graças ao respeito pela autoridade, pela ordem e tradição cristã, que muitas das funestas ideias de esquerda, da modernidade e da heresia mundial não conseguiram adentrar no Brasil afora de uma vez por todas e imperar. 

Já a elite nacional, com seus louvores exacerbados aos fetiches satânicos filosóficos, sociológicos e modernistas, ficou presa em si mesma, destruindo-se, e não mais representando o real povo. Quem dessa elite atual, crê e diz: “Creio em Deus-Pai, todo-poderoso, criador do céu e da Terra; e em Jesus Cristo, seu único filho, Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos; foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.5” Quem hoje na elite reza assim? Quem da elite possui Fé? Ou melhor, quem na elite atual, é católico praticante? Já a sociedade, conservadora e que tem aversão ao modernismo e a esquerda, reza e possui muita Fé. Infelizmente não o é massivamente, como já foi outrora, mas há um grande temor e Fé ainda, que, se for explorado e bem trabalhado, poderá voltar.

Contudo, o real início do problema social é, ou lidamos com a sociedade como um só e eterno meio, ou seja, com uma sociedade de confiança, religiosa e conservadora que evolui seu tradicionalismo muito lentamente e sempre testando as novas modernidades, ou usamos ela como um idiota útil, que no final abateremos sem dó e sem nenhuma piedade. Algo típico na mentalidade modernista esquerdista. 

Usar e abusar de outrem para um fim é, não só mau “caratismo” do sujeito, mas prova a pura inexistência de bondade, ética e cristianismo no humano. Cada vez mais, pululam na grande mídia notícias de golpes financeiros bilionários, abusando dos cidadãos, de suas míseras e modestas confianças, esperanças são roubadas além da vida dessas pobres almas, e sem esquecer do tempo, algo precioso e que nunca mais retornará a nós.

Propagandas e mundos utópicos usam e abusam de slogans "criativos", artimanhas sacanas e novas estratégias para fisgar e enganar novos transeuntes desavisados, seduzir como o Diabo e fazer o Diabo, a mais “engenhosa” tática política contra a sociedade atual. Tudo isso, acaba tendo um horrendo desfecho. Cedo ou tarde o fim chegará. Mas o que não há desfecho, nem mostra que um possível fim é o avassalador poder ditatorial do Estado, controle e mais controle, danos irreversíveis na sociedade passam a serem feitos. A crença de que a sociedade não é e jamais deve ser usada como um trampolim já é esquecido. Preso nas catacumbas mentais, fica a sanidade humana.

Utopia e ideologia, a sanha busca de algo lindo e perfeito. O paraíso terreno em pouco tempo e sem nenhum esforço, sem labuta e com muito lucro. Prudência, diferença social, tradição, esforço, dedicação e religião são esquecidos e até vilmente distorcidos para se chegar ao tão sonhado mundo perfeito. Distorções de toda a economia, da realidade humana e social são feitos sem dó e sem muito pensar, tudo para se obter o perfeito mundo e o novo homem, mera massa inconsciente, pronta a ser moldada feito um boneco Lego engano dos zeros à esquerda, o novo sistema implantado germinara em mais pobrezas e mais desigualdades.

No Livro Negro do Comunismo podemos observar o triste relato de como foi o século XX. Cem anos de pura tentativa de se implantar a mais brutal e funesta utopia já forjada pelo homem (será mesmo que era um homem em sã consciência, ou era um homem possuído? Eis minha dúvida...). Vários slogans foram erguidos em vários países, que prometeram o desconhecido e lindo mundo encantado, e todos sem exceção, acabaram criando um monumental inferno na terra      a história repetiu-se; deixaram um Cavalo de Troia adentrar pela cidade. Já no outro dia, morte, destruição e desgraça abundam por todos os cantos da civilização.

Idealizaram-se e criaram-se músicas, filmes, livros, manuais, bandeiras, hinos, etc. Tudo isso para se alcançar a tão derradeira busca homérica, a jornada rumo ao paraíso terreno. Pregações violentas e insanas surgiram, revoluções armadas e culturais tomaram o mundo e a realidade, que foram dobradas à imagem e semelhança da mentalidade de alguns. “Nós nascemos neste tempo e devemos bravamente seguir o caminho ao destinado fim. Não há outro jeito. Nosso dever é manter a posição perdida, sem esperança, sem resgate, como o soldado romano cujos ossos foram encontrados em frente ao portão em Pompeia, que, durante a erupção do Vesúvio, morreu em seu posto porque eles esqueceram de liberá-lo. Aquilo é grandeza. Aquilo é o que significa ser bravo. O honrado fim é a única coisa que não pode ser tomada de um homem6”.

Bibliografia:

1. Reflexões Sobre a Revolução na França, de Edmund Burke.
2. Os Caminhos Para a Modernidade - Os Iluminismo Britânico, Francês e Americano, de Gertrude Himmelfarb.
3. A Sociedade de Confiança - Ensaio Sobre as Origens e a Natureza, de Alain Peyrefitte.  
4. O Elogio do Conservadorismo, de João Camilo de Oliveira Torres
5. Credo Apostólico.
6. Oswald Spengler.