quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Hecatombe Mental

 Hecatombe Mental
   
Alastrou-se sem rumo e sem lei a insanidade, não só no Brasil, mas em todos os cantos do mundo, em cada país, cidade, vila, aldeia, etc., a vil política falaciosa e criminosa, uma indústria de historietas; políticos servos do regime, encastelados em seus suntuosos ternos e em suas cidades planejadas à avião, mas sem a mínima noção, aliás a noção mental inexiste nesses “homens” ocos, inexiste o real, a verdade e a seriedade. Aos atentos espectadores desse funesto e delirante espetáculo “macunaímico” (do personagem Macunaíma, “o herói sem carácter” do escritor Mário de Andrade), notam que a política e seus escravos transformaram-se em vitrolas quebradas de puro engodo, idólatras de ideologias assassinas (vide: socialismo/comunismo (Livro Negro do Comunismo)) e até de seitas satanistas, acabaram virando rotina nesse mundo distorcido e retorcido. 

De engodos atrás de engodos, acabou-se forjando a crença infundada de que as ideias políticas devem ser uma constante busca pelo reino encantado, onde nada, absolutamente nada de errado ou chato habitará ali. Eis que surge então, um pseudomessianismo, e dessa forma, uma expedição foi instaurada rumo ao impossível. O paraíso, seja lá como ou onde fica, iremos buscar, custe o que custar, e por quais meios que devemos utilizar. Lá iremos gritando e com vendas.

Numa análise mais arqueológica e profunda, nota-se que essa crença popular foi criada lá no remoto século XVIII, mais precisamente na Revolução Francesa1, tendo uma considerável participação do Iluminismo2. Desde lá até cá, as pseudocrenças e vis ideias coloridas e rebuscadas são criadas e repetidas ad infinitum pelos quatro cantos do mundo ocidental. Berradas e repetidas, e mais repetidas, acabaram surgindo como abomináveis e terríveis criaturas, que ganharam corpos deformados, assim como Frankenstein, esse monstro mental e físico, formado através dum mantra dos paladinos do mundo lindo e fofo, virou num cemitério de ideias e de pessoas, e o pior que isso, (e isso não bastando) ninguém (mas ninguém!) nota quem já morreu e quem ainda está moribundo devido a essas consequências dignas do filme mais monstruoso já encenado nos palcos da terra. E assim, infelizmente agitou-se os dogmas políticos onde antes residiam os virtuosos dogmas religiosos, que eram o norte das sociedades mundiais. Antes, havia uma relativa ordem, agora, eis a pura desordem social. 

Todavia, percebemos que quando as relações humanas mais amorosas e sadias      neste caso, poderemos nos valer de vários e até de inúmeros exemplos      não têm nenhuma preocupação finalística. Só havendo, desta forma, uma real prosperidade e bonança moral e material, quando não há um contrato, não há segundas intenções. Mas, quando nós, homens, nos apaixonamos por alguma mulher, não buscaremos o casamento e seus contratos e ritos, com algum objetivo escuso, o matrimônio é o fim de uma longa e solitária etapa e o início de uma linda e vasta jornada, só que agora, há união e carinho. Em suma, há muita e desconhecida vida após o casamento, há desta forma uma continuidade dos planos e da vida conjugal no matrimônio.

Dessa forma, devemos ver a sociedade, antes de mais nada, como constante meio para se viver e conviver harmoniosamente, um grande espaço onde o compartilhamento, união e confiança seja a norma e base desse lar. Ou seja, a existência de uma sociedade sadia, normal e civilizada, só é possível graças a uma duradora confiança. Pois a confiança no semelhante é a base das sociedades ocidentais3. Se, por ventura, a confiança deixar de existir ou de abundar pelas ruas, casas e instituições, e contrariamente, se a desconfiança surgir e crescer, a sociedade se transformará num reino de caos e barbárie, uma anarquia pura, e conflitos sérios irão pipocar pelos quatro cantos do país sem o menor controle dessas desgraças. 

Os instintos mais funestos e horrendos do homem virão à tona, virando uma rotina nas sociedades. Constituição e leis serão esquecidos por todos, inclusive pelos agentes da lei. É por isso que digo, os relacionamentos humanos, pode ser eles amorosos ou amigáveis, só obterão prosperidade quando não se apoiam num contrato, ou seja, sem uma objetivação do relacionamento.

Devemos conviver e nos relacionar sem medo de sermos punidos, pois um relacionamento de franca amizade só perdura quando a manutenção da camaradagem entre as duas partes não está escrita, muito menos prescrita numa lei, com um ou mais propósitos outros que não seja a própria existência da amizade. Namoro, casamento, família, etc., só se mantêm com sólidas e cristãs verdades, com um profundo amor e com uma sólida e inabalável confiança. É assim que deveríamos ver a sociedade ocidental.

Toda sociedade, antes de mais nada, é um constante meio de vivência para todos os indivíduos, um imenso espaço onde o compartilhamento de relacionamentos deve-se ser da maneira mais natural possível. Mesmo que as leis, contratos e até a Constituição, de fato existam, jamais deveriam ser elas os “principais” objetivos de nossos relacionamentos sociais, só por reflexo e necessidade temporal, ponto. Não se ajuda a mudança do seu vizinho, por que há um tratado jurídico, nem se estabelece leis ou cláusulas para ajudar uma pessoa que caiu na rua. Todos esses relacionamentos só são feitos por pura e simples camaradagem cristã, sem segundas ou terceiras intenções, ou seja, o que prevalece sempre é o ato cristão. Só um meio sem objetivação final que não seja o próprio, livre e puro agir em si mesmo.

Infelizmente, é uma grande lástima, mas a real e única essência social, ao longo dos séculos, foi perdendo suas características reais e básicas. Hoje, em dias nos quais cada vez mais há desfiles de mísseis nucleares e tecnologias insanas, muitas pessoas perderam ou desconheceram a sagrada noção de que não fui eu quem criei o mundo, mas quando eu aqui cheguei ele já estava estruturado, estruturado graças à religião e ao cristianismo. Já para os radicais modernistas e progressistas, devemos mudar a sociedade à nossa imagem e semelhança, e outros, mais radicais ainda, proclamam que já devemos transformar e revolucionar não só a sociedade, mas todo o mundo, todos os povos e todas as culturas. (Globalistas promotores de uma Nova Ordem Mundial)

A ideia de que, bem ou mal, a sociedade já estava aí e a mim cabe integrar-me a ela e melhorá-la com minhas habilidades e capacidades, inexiste hoje em dia, oculta-se das pessoas. Desconhecem ou fingem esquecer essas coisas simples, mas sólidas, pois a real essência do indivíduo é primeiro mudar-se, depois sua família aos poucos e, no mais tardar, seus amigos, e assim por diante. Só aí já são mais de 50 anos de vida. Quem pensa ou lembra disso hoje em dia? Aliás, alguém chega a pensar nisso hoje em dia?

Ninguém tem o direito de ser engenheiro social revolucionário, aquele que vai ditar as regras, que vai impor manifestos sobre temas que todos devem consentir e seguir fielmente. “As massas são conservadoras, não somente em virtude do número (é mais fácil convencer de uma novidade a um pequeno grupo do que a todo o mundo) mas pelo fato de que as pessoas pobres são mais tímidas e respeitam mais a autoridade. São os grupos de elite que fazem as revoluções      o povo é conservador.4” É graças ao respeito pela autoridade, pela ordem e tradição cristã, que muitas das funestas ideias de esquerda, da modernidade e da heresia mundial não conseguiram adentrar no Brasil afora de uma vez por todas e imperar. 

Já a elite nacional, com seus louvores exacerbados aos fetiches satânicos filosóficos, sociológicos e modernistas, ficou presa em si mesma, destruindo-se, e não mais representando o real povo. Quem dessa elite atual, crê e diz: “Creio em Deus-Pai, todo-poderoso, criador do céu e da Terra; e em Jesus Cristo, seu único filho, Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos; foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.5” Quem hoje na elite reza assim? Quem da elite possui Fé? Ou melhor, quem na elite atual, é católico praticante? Já a sociedade, conservadora e que tem aversão ao modernismo e a esquerda, reza e possui muita Fé. Infelizmente não o é massivamente, como já foi outrora, mas há um grande temor e Fé ainda, que, se for explorado e bem trabalhado, poderá voltar.

Contudo, o real início do problema social é, ou lidamos com a sociedade como um só e eterno meio, ou seja, com uma sociedade de confiança, religiosa e conservadora que evolui seu tradicionalismo muito lentamente e sempre testando as novas modernidades, ou usamos ela como um idiota útil, que no final abateremos sem dó e sem nenhuma piedade. Algo típico na mentalidade modernista esquerdista. 

Usar e abusar de outrem para um fim é, não só mau “caratismo” do sujeito, mas prova a pura inexistência de bondade, ética e cristianismo no humano. Cada vez mais, pululam na grande mídia notícias de golpes financeiros bilionários, abusando dos cidadãos, de suas míseras e modestas confianças, esperanças são roubadas além da vida dessas pobres almas, e sem esquecer do tempo, algo precioso e que nunca mais retornará a nós.

Propagandas e mundos utópicos usam e abusam de slogans "criativos", artimanhas sacanas e novas estratégias para fisgar e enganar novos transeuntes desavisados, seduzir como o Diabo e fazer o Diabo, a mais “engenhosa” tática política contra a sociedade atual. Tudo isso, acaba tendo um horrendo desfecho. Cedo ou tarde o fim chegará. Mas o que não há desfecho, nem mostra que um possível fim é o avassalador poder ditatorial do Estado, controle e mais controle, danos irreversíveis na sociedade passam a serem feitos. A crença de que a sociedade não é e jamais deve ser usada como um trampolim já é esquecido. Preso nas catacumbas mentais, fica a sanidade humana.

Utopia e ideologia, a sanha busca de algo lindo e perfeito. O paraíso terreno em pouco tempo e sem nenhum esforço, sem labuta e com muito lucro. Prudência, diferença social, tradição, esforço, dedicação e religião são esquecidos e até vilmente distorcidos para se chegar ao tão sonhado mundo perfeito. Distorções de toda a economia, da realidade humana e social são feitos sem dó e sem muito pensar, tudo para se obter o perfeito mundo e o novo homem, mera massa inconsciente, pronta a ser moldada feito um boneco Lego engano dos zeros à esquerda, o novo sistema implantado germinara em mais pobrezas e mais desigualdades.

No Livro Negro do Comunismo podemos observar o triste relato de como foi o século XX. Cem anos de pura tentativa de se implantar a mais brutal e funesta utopia já forjada pelo homem (será mesmo que era um homem em sã consciência, ou era um homem possuído? Eis minha dúvida...). Vários slogans foram erguidos em vários países, que prometeram o desconhecido e lindo mundo encantado, e todos sem exceção, acabaram criando um monumental inferno na terra      a história repetiu-se; deixaram um Cavalo de Troia adentrar pela cidade. Já no outro dia, morte, destruição e desgraça abundam por todos os cantos da civilização.

Idealizaram-se e criaram-se músicas, filmes, livros, manuais, bandeiras, hinos, etc. Tudo isso para se alcançar a tão derradeira busca homérica, a jornada rumo ao paraíso terreno. Pregações violentas e insanas surgiram, revoluções armadas e culturais tomaram o mundo e a realidade, que foram dobradas à imagem e semelhança da mentalidade de alguns. “Nós nascemos neste tempo e devemos bravamente seguir o caminho ao destinado fim. Não há outro jeito. Nosso dever é manter a posição perdida, sem esperança, sem resgate, como o soldado romano cujos ossos foram encontrados em frente ao portão em Pompeia, que, durante a erupção do Vesúvio, morreu em seu posto porque eles esqueceram de liberá-lo. Aquilo é grandeza. Aquilo é o que significa ser bravo. O honrado fim é a única coisa que não pode ser tomada de um homem6”.

Bibliografia:

1. Reflexões Sobre a Revolução na França, de Edmund Burke.
2. Os Caminhos Para a Modernidade - Os Iluminismo Britânico, Francês e Americano, de Gertrude Himmelfarb.
3. A Sociedade de Confiança - Ensaio Sobre as Origens e a Natureza, de Alain Peyrefitte.  
4. O Elogio do Conservadorismo, de João Camilo de Oliveira Torres
5. Credo Apostólico.
6. Oswald Spengler.





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