quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Perdido em Números de Guerra

O crime que reside em Brasília nada difere do crime que há nas favelas das grandes cidades brasileiras, aliás, o crime institucional e o crime organizado são membros do mesmo monstro. O mundo do crime existe livremente nas capitais brasileiras, sendo sempre facilitado e fomentado por um "simples" motivo: a nítida face da completa destruição do resquício que havia de normalidade do poder público. Ou seja, o levante bárbaro dos criminosos deu-se pela abertura dos políticos de esquerda, no qual utilizaram as engrenagens do poder do Estado para enfraquece-lo e assim tornar as esferas estatais em um antro de criminosos de colarinho branco. Puderam locupletar a máquina pública e assim dar carta branca para o crime, tudo ficou organizado e legalizado com essa tática de subversão do Brasil. Tal parceria foi benéfica para ambos. Os poderes; legislativo, judiciário e executivo inexistem, pois lá reside o crime. A Constituição transformou-se em um símbolo estatal de um passado não muito glorioso, que é utilizado somente por alguns saudosistas.

O poder público e o criminoso vivem lado a lado, beneficiando-se mutuamente e buscando sempre meios de coexistir e lucrar. Assim, é a realidade do Rio e do Brasil nas últimas décadas. Tudo se corrompeu e tudo foi depredado, onde antes havia uma mínima normalidade, agora, existe uma anormalidade gritante. O Estado dividiu o território com seus asseclas do crime, que dá meios de lucrar diretamente e indiretamente com isso, o país é comandado por facções criminosos e assim podem tocar o terror livremente. O pagador de impostos, vivendo cada vez mais na escuridão das cidades, é sempre mais e mais violentado pelo Estado e pelo crime organizado, que ceifa a liberdade e amplia cada vez mais o medo.

A política cultural de fomentar, glorificar e apreciar o banditismo, deu-se muitíssimo bem-sucedida. Começou meio sem jeito, lá na década de 60, foi aumentando nas décadas de 70, 80 e 90 até desembocar numa guerra civil, aonde impera o brutal e sangrento número de 70 mil homicídios por ano (certamente deve ser muito mais que 70 mil). Tudo feito pela estratégia de subversão e destruição do Brasil, sendo que a esquerda viu que a destruição da família, religião e do país só teria condições com o crime. Quando os militares resolveram misturar os presos políticos de esquerda e ladrões de galinha no presídio da Ilha Grande, juntando presos de alta periculosidade com presos de crimes brandos, eles não sabiam que décadas depois, isso teria consequências muito ruins, aliás,  foi tão ruim que hoje o país inteiro sofre com essa ação desastrada. As ideias de esquerda junto com as ideias criminosas, fizeram com que emergisse no país organizações como o PCC e tempos depois, fizeram com que mais e mais surgissem pelo país, que chega hoje a cifra assustadora e terrível de 83 organizações criminosas. Tudo desembocou em um sistema onde tudo virou criminoso e maléfico ao homem bom.

O crime das favelas, dos asfaltos e do Estado tiveram uma boa e ótima orientação marxista. Muitos criminosos do alto escalão, seguiriam e seguem o modus operandi da esquerda. Aliás, o marxismo é o principal veículo de fomentação do mundo do crime no Brasil. A esquerda brasileira, move-se com paciência e serenidade, dando um passo de cada vez, conseguindo antever os próximos passos do seu oponente. É um combate nas trevas, a fumaça ofusca e arde os olhos de quem quer ver. Essa movimentação de tocar o terror é antiga e cada vez mais profissional. As investigações empreendidas pela Lava Jato, estão mostrando como funciona uma parte do imenso esquema de poder e crime. O combate no inferno é constante e eterno. Ao utilizar-se de frases belicistas, como é feito por movimentos saudosistas que ronda as redes sociais e nas ruas do país, fazem com que a esquerda e principalmente a grande mídia, tenha motivos reais de atacar o conservadorismo e assim a direita como um todo. Empregar frases como: Golpe; oprimidos; etc. Dão combustível para marchar com a agenda de destruição do país e da sociedade, no qual sua mentalidade e ação é calculada em destruir, perverter, aniquilar e matar.

Triste mesmo é pensar que o Estado brasileiro já teve em seu quadro, pessoas como José Bonifácio: pai fundador do Brasil, que não só pensou seriamente o Brasil, mas fundou este país. Certa feita o mesmo disse a brilhante frase: "[...] a riqueza só reina onde impera a liberdade e a justiça, e não onde mora o cativeiro e a corrupção". O brasileiro cada vez mais tem medo de sair de casa, seja para trabalhar, para levar seus filhos na escola, seja para ir na praça - raríssimo por sinal-, seja para sair por sair mesmo. Ou seja, tentar ser um ser humano simples nas capitais brasileiras e até mesmo nas cidades do interior é cada vez mais difícil e arriscado. Viver no Brasil pós-PT é sobreviver.

Herdamos dos governos passados a maldita herança de conviver com uma hidra vermelha, que nos consome ferozmente e alegremente. Tentamos por vezes lutar e fazer valer nossa liberdade, mas é uma ação que dá só frustração e cansaço. É uma sina que nos atormenta diuturnamente, cutucando-nos física, mental e espiritualmente. O objetivo é simplesmente matar e assim segue-se nessa busca alucinante por ceifar a torto e direito à vida humana, começando pelos mais diferentes cantos até obter esse triste resultado. A morte começa mentalmente, no qual o simples viver é um risco alto ao homem.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

O Estamento Burocrático e a Sociedade

Com a chegada das caravelas portuguesas no Brasil, no ano de 1500 até a Nova República, instituída no ano de 1985, o poder do Estamento burocrático desenvolveu-se a passos largos. O avançamento do poder estatal sobre as vidas dos indivíduos, tornou-se lamentavelmente numa coisa normal e cotidiana, o resultado disso foi o “apequenamento” do brasileiro diante da descomunal foça e tamanho do Estado. 

Ao analisarmos com afinco a formação do país até o advento da mentalidade republicana, o Estamento galgou livremente o poder central e absoluto nos últimos séculos, seus tentáculos alastraram-se pelos territórios, transformando tudo numa parte do Estado. Donde havia antes a liberdade, agora há a força de império do Estado moderno. O Estado tornou-se inimigo número 1° da liberdade e da sociedade brasileira, seus poderes, obtidos legalmente e ilegalmente são, na boa maioria das vezes, divinos. Assim, o seu poder de mandar e desmandar marcha ferozmente em direção ao controle da vida social e particular, as ações humanas e os pensamentos desumanizaram-se e burocratizaram-se, fazendo com que o imaginário social girasse diante do Estado onipresente e onisciente.

Nada consegue escapar dos tentáculos do Estamento, deixando quase tudo em seu domínio, o que é particular no Brasil, acaba sendo pautado pelas normas do Estado e pelos agentes dele. Privatizações no país acabam sendo na esmagadora das vezes um repasse de empresas estatais para agentes do Estado, uma troca de presentes. Há também o patrimonialismo, no qual os amigos do Estado obtêm ilegalmente e as vezes legalmente partes do Estado para monopolizar. Como bem disse o filósofo Olavo de Carvalho: "Aconteça o que acontecer, o poder do Estado na modernidade sempre cresce por este meio ou por aquele meio". A mentalidade estatal que na sua estrutura possui fortemente o espírito totalitarista e autoritarista, moldando nos últimos tempos um ser chamado: O Estado Todo-poderoso; calar e cercear as ações individuais e suas possíveis ações, levaram ao poder do Estado a ser avassalador e onipresente. 

A Estamento burocrático, segue uma linha em que se emprega ações de pura brutalidade, onde consegue fazer valer livremente o seu poder de império, tal postura de brutalidade exacerbada foi formulada graças a mentalidade revolucionaria e modernista de conquistar os seres humanos como se fossem objetos inanimados, no qual você pode molda-los ao seu bel prazer e cultivados como plantas. Aos olhos de um simples cidadão, tudo isso não passa de uma teoria que extrapola a sanidade mental, seu fundamento e modus operandi é calcado no sistema de aniquilamento do ser humano. Todavia, essa formação tática é desapercebida da maioria da população, sua estrutura de morte é ocultada pelos agentes estatais. O Estado moderno é uma religião secularizada, do qual sua sanha mania é ver-se como deus. 

O homem bom e atento, ao notar que está participando de uma trama maligna e perversa, busca meios de alertar os demais e assim, de enfrentar o poder estatal brutal, daí que surge nessa saga, duas posturas básicas: o acovardamento e a loucura. A sociedade cega busca ocultar ou colocar chavões no atento, e assim, a escalada de terror criado pelo Estado amplia-se formidavelmente diante da sociedade fragmentada. O cano da arma estatal vai amedrontando os seus inimigos e até amigos, ao ponto de boa parte do tecido social ausentar-se da luta por menos controle em sua vida e de mais liberdade. Os falsos lutadores do Estado, que empregam um combate no qual fingem bater, visam uma coisa básica: fomentação do poder estatal sobre a vida humana e na sua. Denominam-se como: degenerados da sociedade. Como bem escreveu o historiador Hans-Hermann Hoppe: "O estado atual de degradação moral, de desintegração social e de podridão cultural é precisamente o resultado de uma tolerância demasiada e, acima de tudo, errônea e equivocada. Ao invés de todos os habituais democratas, comunistas e adeptos de estilos de vida alternativos serem rapidamente isolados, excluídos e expulsos da civilização (de acordo com os princípios dos contratos), eles são tolerados pela sociedade".

O Brasil é dividido e permanecerá dividido entre: os bons e maus brasileiros. A perversão, degeneração e maldade consumiu alguns por completo. Já outros, o trabalho duro, honesto e verdadeiro, tomaram o seu ser por completo. Vemos todo santo dia os burocratas degenerados do Estado combatendo a sociedade, abusando descaradamente do homem sério, trabalhador e honesto. Abusam, sem piedade e temor, pois sabem que a resposta é quase nula, assim, afrontam todos os mecanismos sociais, a tradição social e, principalmente, a Civilização Ocidental. Nada é respeitado, mas sim, violentado pelos bárbaros que existem dentro dos muros da civilização. Desta forma, erigiu-se o esquema de ação do Estado forte e poderoso, cujo sistema emprega os mecanismos mais sórdidos para controlar e cercear ambas as partes, visando o controle tanto dos seus "cachorros adestrados", quanto da sociedade que não quer o poder estatal em suas vidas. O Estado, no mundo moderno, ganha mais e mais poder, tornando-se muito mais que autoritário e totalitário, mas um deus maldito. 

O Estamento sabe que seu inimigo é, e sempre será o povo brasileiro, seu combate deve-se mirar com foco preciso e muito bem direcionado na família e a todos os costumes que ela possui, com foco máximo nos valores, na religião, no idioma, no direito, na cultura, etc. Colocar tudo no chão, transformando todo o passado num cemitério, é o objetivo deles. O processo de destruição deve utilizar-se de tudo para obter-se o tal do objetivo, de tal modo, o mundo viu as posturas e ações mais nefastas surgirem para dominar e conquistar as civilizações. Tais táticas de implosão do mundo cristão serão feitas via Estado, que em subversão após subversão, poderá sedimentar e fragmentar as bases sociais, estilhaçando a sociedade em vários cacos de vidro, viabilizando e agilizando o processo de aniquilamento das famílias. Os valores morais da sociedade e a ética individual, são na maioria das vezes, invisíveis para o Estado. Ser errado e ser covarde é ser revolucionário. É, lamentavelmente, uma coisa louvável, digno de palmas. Ledo engano de quem acredita nisso, aliás, o certo seria: pobre mente degenerada que crê nisso. A inversão dos valores é um dos principais carros de batalha para a subversão, fomentando-se “novos” valores sociais, onde a perversão toma conta da cultura.

O totalitarismo estatal deu-se pela revolução, implodindo-se a ordem antiga (Société d'Ancien Régime) e a criação da nova era, do novo homem e do novo regime, emancipador de homens e de ideias. Uma alvorada radiante iria emergir, onde a luz e a razão tomaria todos os cantos do mundo, emancipando o ser humano dos grilhões totalitários e autoritários, uma era idílica aos sonhadores dos salões nobres. Tudo lindo e pomposo, tão pomposo que se desmanchou na primeira chuva de sangue para construir isso tudo. Como bem disse o filósofo Edmund Burke no seu livro Reflexões Sobre a Revolução na França: "As circunstâncias, as ocasiões, as provocações ensinarão suas próprias lições. Os sábios determinarão pela gravidade do caso; os imprudentes, por sensibilidade à opressão; os espíritos elevados, por desprezo e indignação diante de poder abusivo em mãos indignas; os corajosos e audaciosos, por amor ao perigo ilustre em uma causa generosa: mas, certa ou errada, uma revolução será o último recurso de homens refletidos e virtuosos".

Das revoluções gloriosas, onde a lamina da guilhotina não parava de trabalhar até as revoluções dos últimos séculos, quase nada mudou. O modus operandi de total terror na sociedade, a sedimentando e conquistando-a é bem parecido, aliás, a mudança real das revoluções antigas para as revoluções modernas é que a estratégia para matar é mais eficaz. Destruir tudo e substituir o que foi destruído, eis a formula dos revolucionários. Onde antes havia a Monarquia, agora há República, com uma coisa que falhou terrivelmente chamada de democracia. "O século XX - a era da democracia - deve ser classificada entre os períodos mais sangrentos e assassinos de toda a história humana". Utiliza-se muito nos regimes revolucionários e no imaginário dos bárbaros, chavões onde há palavras bonitas, mas que na realidade não têm nada de bonito. Vide as três palavras da Revolução de 1789: Liberté, Égalité, Fraternité ou la mort. Onde antes empregava-se a palavra Monarquia, hoje emprega-se como Absolutista, onde imperava-se o puro totalitarismo do rei e o povo era brutalmente escravizado, ou seja, a velha política esquerdista do opressor e oprimido.

O Estamento burocrático desde o seu advento nas terras brasileiras até o século XXI, sempre agiu de forma brutal, uma brutalidade feia e maquiavélica, só que é escamoteado com uma pintura e panos decadentes, tentando sempre ocultar a face feia da criatura. É uma espécie de retrato de Dorian Gray, no exterior é majestoso, mas por dentro é horrendo. Oculta-se as intenções e mostra-se sempre amigável, assim porta-se o Estado na sociedade, enganando-a e iludindo-a. Todavia, a real face foi exemplificada pelo sociólogo Raymundo Faoro: "O estamento burocrático desenvolve padrões típicos de conduta ante a mudança interna e no ajustamento à ordem internacional. Gravitando em órbita própria não atrai, para fundir-se, o elemento de baixo, vindo de todas as classes. Em lugar de integrar, comanda; não conduz, mas governa. Incorpora as gerações necessárias ao seu serviço, valorizando pedagógica e autoritariamente as reservas para seus quadros, cooptando-os, com a marca de seu cunho tradicional."

O Estamento tenta parecer ser uma figura presente no cotidiano dos brasileiros, uma figuração teatral que é tão bem realizado, que chega ao ponto de ser enjoativo, um espetáculo a céu aberto do seu poder totalitarista nas ruas das cidades. Assim, nessa festa bufa os transeuntes acabam sendo cooptados a engessar nesse espetáculo. Só que na realidade, o Estamento não desse nas baixas esferas, não gosta de misturar-se com a sociedade, abandonado à própria sorte. Basta ver como anda os “servições” que o Estado alega servir ao indivíduo, a saúde pública pior que os hospitais da Primeira Guerra Mundial, a segurança pior que no campo de batalha da Segunda Guerra Mundial, a educação pior que da África, e assim vai a lista triste e terrível do sistema público do Brasil. Nada funciona como deveria. O que funciona num padrão de excelência é restrito aos membros do Estamento, ou seja, o atual Brasil vive numa elitização social brutal, quem pertence ao Estado, possui as mais diferentes benesses que o dinheiro pode pagar, já aqueles que não entregam as altas classes, ganham os piores serviços do mundo. É um país onde existe uma divisão assustadora, onde o fator determinante é quem é estatal e quem não é estatal.

O Estamento burocrático no Brasil primeiro fragmentou a sociedade em vários blocos antagônicos, onde surgiu as piores coisas que um país pode ter, basta rever os últimos séculos da história nacional. Num segundo momento veios a mentalidade republicana de esquerda, onde estilhaçou por completo o país. Do Mensalão ao Petrolão, a história só piora e brutaliza-se, os ricaços que fizeram parcerias com o poder estatal, e políticos que viabilizaram tanto dinheiro público e leis para beneficiar esses amigos, mostram que para (sobre)viver no Brasil do século XXI é necessário pertencer de alguma forma ao Estamento burocrático. Aqueles que não fazem parte do círculo do poder e não são amigos dos donos do poder, sofrem as piores coisas possíveis. O Brasil não é para amadores.