quarta-feira, 6 de abril de 2016

Uma Peça Chamada Vida

Uma Peça Chamada Vida

Oh meus caros, este que vos fala, ira apresentar uma peça! Peça está, que todos nós temos que atuar nesse teatro imenso e estonteante! Agora, apresento-vos: Uma Peça Chamada Vida.

A vida nada mais é meus caros, que uma imensa opera. Opera na qual você levará desde a sua mais terá idade até seu último suspiro nesse piso de madeira ilustrado, em outras palavras, terra. Nessa opera, você será o ator principal, de uma longa peça trágica e as vezes hilária, que terá altos e baixos no decorrer dos atos. Certamente, com o transcorrer desses atos, levará você a diversas situações inusitadas, tranquilas, etc. Situações estas, que fará de você um grande personagem, ou um medíocre. Basta atuar bem!

Nessas inúmeras situações que irão surgir no passar do tempo, serão jogadas no seu colo, inúmeras situações para você atuar. E como bem disse caros leitores, você deverá atuar com eximia maestria, saber enganar, saber amar, lutar bravamente contra as inúmeras adversidades, ter uma fé inabalável, ser carismático com seu público e é claro, ser astuto. Pois, casso você não possua essas inúmeras qualidades, em pouquíssimos atos, você será substituído por outro ator, e assim, você será "engolido" pela nevoa densa e negra das longas cortinas do teatro. 

Ah cortinas! Como tu és vil, com minha pobre alma... Legando-me, ao mais breu eterno desse teatro.

Passados alguns atos, você certamente notou, que terá que lidar com um público idiotizado. Sim meus caros leitores. Um público idiotizado, que ira fazer de tudo para não sair desse estado mental de passividade, ou, em outras palavras, estupor. Mas, em contrapartida, haverá um público exigente! Que ira exigir de você ao máximo, e assim, você irá se desdobrar para agradar e confortar este público. Mas, infelizmente, uma boa parcela desse público não irá acordar, muito menos, irá se encantar com sua atuação, pois é claro, que é impossível de se agradar gregos e troianos ao mesmo tempo.

No decorrer de sua atuação e dos atos dessa opera, você vai se deparando, que os demais atores que dividem o palco com você, não passam de pessoas extremamente falsas, sínicas, dissimuladas, maquiavélicas, etc. Uma tristeza ad infinitum ira tomar sua visão num primeiro momento, depois sua mente e por fim, sua alma. Vamos assim, numa longa e vagarosa atuação, sofrendo diversos golpes, perpetrados pelos inúmeros vilões et caterva, que surgem de catacumbas sombrias e insalubres, e em seus arsenais de maldade, eles irão puxar seu tapete, irão te atacar verbalmente e fisicamente. Mas, o grande ator é aquele que sabe resistir bravamente, ao estilo de Homero, ter fé, ter um alto controle de si mesmo, será sua única escapatória num primeiro momento e dependendo da opera, você terá que levar isso até o fim, pois, se você adentrar nesse mar bravio e permanecer como um bobo, ou como uma dama doce e infantil, você correra sérios riscos de bater num rochedo, e assim, chegar seu fim cedo demais... 

Todavia, vamos aprendendo com esses inúmeros truques que a vida nessa opera lê proporciona e te obriga a aprender. Tentamos rapidamente copiar os inúmeros jeitos, os modos de agir e de se portar perante a platéia e os outros atores. Haja vista, que essa platéia, é que nem uma tribo de antropófagos, louquinhos da vida para poder devora-ló num súbito. Essa engolida, será feita com aplausos e sorrisos extremamente falsos e cínicos, que além de te seduzir, você se tornará um escravo delas. E, assim, você ficará cego nessa busca por mais e mais. Casso isso tenha ocorrido, você conseguiu prostituir sua personalidade para agradar todos e tudo.

Mas, como tudo nessa vida, você terá que sair dessa opera macabra e insana, que já levou você ao ápice do sofrimento, desgaste físico e mental. Você devera deixar tudo e ir embora, com uma mão na frente e outra atrás. Pois, como bem disse Erasmo de Rotterdam, em seu livro: "Elogio da Loucura": "Em verdade, este mundo não é senão uma sombra passageira, mas assim é a comédia que nele representamos todos os dias". 

Chegamos ao fim dessa opera meus caros leitores.

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