sábado, 28 de janeiro de 2017

Vença o Cansaço

Vença o Cansaço 

Tudo ao redor está indicando que o esgotamento popular cada vez é maior, o cansaço geral já está "trasbordando" pelas beiradas, são hordas e mais hordas de pessoas fatigadas que se arrastam pelas ruas, pelas avenidas, becos e vielas afora. Arrastam-se como mortos vivos, numa busca de um descanso, por um silêncio, em suma, uma paz. É muito mais do que um simples mal social e individual: é uma rotina, uma tradição hedionda que floresce todas as manhãs e não cessa ao dormir, pois mesmo em nossos sonhos somos lembrados de que assim que despertamos teremos a obrigação de conviver com esse esgotamento novamente. 

Depois da longa labuta diária, enfrentamos com muita fé a longa e penosa caminhada rumo ao nosso lar, enfrentamos ônibus que mais parece uma lata de sardinha, enfrentamos avenidas apinhada de transeuntes mal-educados e desavisados, enfrentamos trocas de tiros e criminosos, seja fardado ou não, nós enfrentamos todos eles. Enfrentamos deus e mundo para concluir mais um dia de trabalho. Ao chegarmos em nossas casas, estressados, desvitalizados, e mal-humorados, fazemos tudo o mais rápido possível para cair finalmente em nossas camas, e aí deitamos como mortos vivos em nossos "caixões" de algodão. 

Nesse agito diário, fica cada vez mais complicado de se notar algumas coisas importantes. Uma dessas coisas é que tudo ao nosso redor nos direciona diretamente ao cansaço. De segunda a segunda, é tradição do cidadão brasileiro estar cansado, não ter ânimo para nada, ficar sempre abrindo a boca bocejando, dormir em todos os momentos possíveis e até impossíveis. 

É, desse modo, um mal endêmico no Brasil. Sofremos um desânimo e um abatimento atroz. É uma doença mui "generosa", pois atinge todas as camadas sociais, todas as raças, sexos, crenças, etc. Desde os mais simples moradores das favelas que florescem pelos quatro cantos do país, até os suntuosos bairros das capitais brasileiras essa doença atinge. Cansar, bocejar e fadigar é uma marca, a qual foi vilmente “pregada” em nós.

Essa gigantesca crise social em que nós estamos amarrados, ao ponto de nos sufocar, chega ao ponto de cansar só de pensar ou de simplesmente idealizar os principais agentes, e de como fomos parar aqui. Mas, devemos lutar e enfrentar isso com muita coragem, pois só assim vamos começar a arrumar a casa. Ser sempre o missionário da verdade, portando, consigo uma iluminaria que possa reluzir aos selvagens, que tropeia nossas veredas rumo ao ímpio, a fim de mostrar aos pobres seres errantes que o mundo real é constituído de duas coisas imutáveis através do tempo: verdade e fé humana. 

Assim sendo, utilizarei primeiro a verdade para denunciar esses agentes secretos do caos cotidiano. A meu ver, o primeiro grande inimigo do individuo brasileiro é, e sempre será, o sistema “ré-públicano” e seu aparado maligno de impostos que floresceu e se multiplicou como um câncer, contas e mais contas que saqueiam nossos bolsos todo mês, sem o mínimo de dó do trabalhador. Dessa forma, muitas pessoas se veem sem um rumo ou fuga para se verem livres e com saldo na praça desse exército de contas invencíveis, e que ficam mais e mais fortes com os malditos juros. 

Estado forte, contas e mais contas, agitação frenética, crimes e mais crimes, mídia que bombardeia os olhos e mentes com mentiras e ilusões sem fim, esses são alguns dos combustíveis que aceleram o cansaço do brasileiro, levando o pobre e cansado trabalhador a um estado de zumbificação, transformando-o num escravo, estado no qual ficará infindáveis horas perdidas só para quitar os altos, criminosos e complicados impostos estatais. O Estado fomenta e cria uma massa de escravos morosos que servilmente são obrigados a quitar suas festas. Assim, o papel do Estado é de sair pelas ruas jogando confetes e de você vir logo em seguida limpando a sujeira que ele fez. Somos uma legião de garis que só varrem a alegria dos porcos de terno.

Lamentavelmente, por descaso de nosso regime político e por causa do povo brasileiro, nossa república hoje em dia é constituída por vários selvagens que dançam como loucos, tendo a sanha por barbarizar mais e mais nosso país, levando, no decorrer dos tempos, a política nacional ao puro retrocesso e ruína. Lamentavelmente, esse é nosso país atual.

Na alvorada do novo ano, já somos vilmente atormentados pelos benditos e malignos impostos, que nos chegam um após o outro, sem cessar e sem tardar. Já floresce aí o cansaço mental e físico dos brasileiros: teremos longos e extenuantes cinco meses para quitar todos os impostos. E isso, com um só objetivo, que é alimentar, cuidar e zelar esse inchado, carcomido e decadente Estamento Burocrático. Dar a papinha para os balofos do Estado, que se enlambuzam de dinheiro, tempo e esperança do povo brasileiro. Sim, esses monstros se alimentam inclusive da esperança, embora ignorante, do brasileiro.

Cada ano que transpassa diante de nós, cada governo que entra no poder do dinossauro estatal e nunca mais saí, nem implorando ou rezando      e note bem: se rezar, é capaz da bendita praga ficar fortinha e ficar mais tempo ainda, o Sarney, Collor, Renan, etc. estão aí para provar o que eu digo. Desses governos todos que entram e nunca mais saem do poder, o país teve mais e mais programas de cansaço social, que aumentam mais e mais os impostos para os trabalhadores obrigados a quitar e manter essa bagunça governamental, ou melhor dizendo, bagunça “goveranimal“.

A única forma de dar um basta nesse maldito cotidiano que nos impuseram é despertar desse sono, despertar desse cochilo, despertar para o mundo real. Acorde e veja o real estado de coisa, só assim as reais e sólidas mudanças surgirão. "Vida sem vista é vida no escuro, vida na soledade, vida no medo, morte em vida: o receio de tudo; dependência de todos; rumo à mercê do acaso; a cada passo acidentes, perigos, despenhadeiros."1

Bibliografia:

1. A Imprensa e o Dever da Verdade, de Ruy Barbosa. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário