terça-feira, 25 de abril de 2017

Santo Expedito: Uma Vida de Firmeza

Santo Expedito: Uma Vida de Firmeza

Expedito, eis o grande soldado romano. Valoroso e combativo guerreiro das causas urgentes. Lutador do hodie e não do crás. Sua vida, marcada por grandes passagens e desafios, pode e deve ser exemplo a todos os católicos e não católicos de nosso difícil e turbulento tempo.

Ao longo de sua vida, Expedito foi comandante-em-chefe da XII Legião, uma forte e implacável legião romana conhecida como “fulminante”, e que tinha como encargos defender e expulsar os bárbaros que ameaçavam invadir e destruir o Império Romano. Seu comando foi de 296 a 303 d. C. Para ser comandante-em-chefe de uma poderosa Legião Romana com mais de 6 mil guerreiros, era necessário uma extrema competência, bravura e prudência, tanto que, tempos atrás, a mesma XII Legião tinha sido comandada pelo grande e valente Imperador Marco Aurélio, numa campanha onde hoje é a Eslováquia.

No mundo Romano, principalmente nas legiões romanas, havia muita bebida, luxo, prazeres mundanos, ou seja, era uma vida devassa. Nada nesse mundo era levado ao Alto, muito menos ao Santíssimo Deus Pai, mas ele logo iria testar Expedito, ver realmente se era um guerreiro, um homem firme. 

O primeiro toque de Deus no Comandante Expedito ocorreu dentro de sua própria XII Legião Romana, visto que uma boa parte dos seus soldados eram cristãos. Além disso, em suas jornadas pelas fronteiras orientais do império, Expedito acabou tendo ainda mais contato com o Cristianismo e com Deus. Mas, o principal toque de Deus foi que a XII Legião teve um soldado chamado Polieucto de Melitene que, infelizmente, acabou morrendo como mártir no ano de 193. De tal modo, a semente de Deus e do sangue dos mártires jamais caiu na terra em vão, muito pelo contrário, ela iria se tornar numa árvore resistente a todos e a tudo!

Triste, Expedito, por um bom período, sempre deixava para amanhã sua vida Espiritual, para amanhã o que deveria fazer hoje. Assim, decorreu muito tempo de sua vida no escuro. Muitos anos se passaram na procrastinação, mas cedo ou tarde a Santa Mão de Deus iria tocar em seu coração, mudando então sua vida da água para o vinho. E assim foi feito. Em uma certa noite, Expedito teve um sonho que mudou totalmente sua vida, um sonho que iria torná-lo um novo homem, um homem de Deus. Nesse sonho, um corvo representado pelo espírito das trevas grasnava diante dele a palavra crás, que no latim significa ‘amanhã’: deixe sua conversão e tudo de bom para amanhã, não perca seu tempo hoje, faça amanhã... 

Essas palavras "fortes" e contínuas ditas pelo perverso corvo atormentaram tão profundamente Expedito que, de repente, ele decidiu pisotear o corvo, dizendo: hodie, que significa hoje, em latim. Num súbito, o comandante acordou do sonho, e decidiu-se firmemente à sua conversão ao catolicismo. Igualmente, nessa urgência, por ir ao encontro da Verdade e do Santíssimo, ele é considerado o Santo das causas urgentes. Convertido, ele continuou por um bom tempo ainda chefe da sua legião, conseguindo, pela graça de Deus, converter seus soldados também ao catolicismo.

Com a sua conversão ao catolicismo e da sua tropa, o imperador Diocleciano começou a perseguir o Santo e seus soldados. A importância de sua Legião e de seu posto fazia dele uma influência muito forte a favor do Cristianismo dentro do Império Romano, sendo uma pedra para o Paganismo Romano, o que o tornou alvo especial do Imperador. 

Tempos depois, Expedito foi injustamente preso pela ordem ditatorial de Diocleciano e foi forçado a renunciar a sua nova fé diante de todos seus soldados. Porém, ele não renunciou e perseverou em sua fé. Desse modo, Diocleciano ordenou que seus castigos começassem pela flagelação romana: 39 chicotadas com o flagrus, um chicote que dilacera a pele e causa uma profunda e dolorida hemorragia. Ao longo de sua vida, Expedito tinha aplicado esse mesmo castigo a vários bandidos e indisciplinados, e agora, tristemente ele os recebia por causa de Jesus Cristo. Mesmo assim, Expedito permaneceu firme, e julgando-se indigno de sofrer tais castigos, os mesmos que Jesus sofrera, aplicado por soldados romanos, como estava acontecendo a ele. O castigo só tinha feito com que Expedito ficasse mais forte em sua fé, não a renunciando. Após isso, ele foi sentenciado a ser decapitado com a espada por ordem do Imperador Diocleciano, no dia 19 de abril de 303, em Melitene na Armênia.

Morto por causa de Jesus Cristo, ele se tornou um mártir da Santa Igreja Católica, e então foi reconhecido como Santo oficialmente. Sua bravura, firmeza e prudência ao longo de sua vida, fez com que grande parte dos soldados de sua Legião permanecessem firmes em sua fé. O exemplo de Santo Expedito arrastou milhares de cristãos na Armênia e, logo, ele passou a ser venerado como Santo, o grande Santo das causas urgentes.

Amém

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